A indústria de móveis caracteriza-se pela reunião de diversos processos de produção, envolvendo
diferentes matérias-primas e uma diversidade de produtos finais, e pode ser segmentada
principalmente em função dos materiais com que os móveis são confeccionados (madeira, metal e
outros), assim como de acordo com os usos a que são destinados (em especial, móveis para residência
e para escritório). Além disso, devido a aspectos técnicos e mercadológicos, as empresas, em geral,
são especializadas em um ou dois tipos de móveis, como, por exemplo, de cozinha e banheiro,
estofados, entre outros.
Os móveis de madeira, que detêm expressiva parcela do valor total da produção do setor, são ainda
segmentados em dois tipos: retilíneos, que são lisos, com desenho simples de linhas retas e cuja
matéria-prima principal constitui-se de aglomerados e painéis de compensados;( O painel de aglomerado é formado a partir da redução da madeira em partículas que são depois impregnadas com resina sintética para formar um
colchão que, pela ação controlada de calor, pressão e umidade, transforma-se no painel; já o painel de compensado é um produto obtido pela colagem de
lâminas de madeira sobrepostas) e torneados, que
reúnem detalhes mais sofisticados de acabamento, misturando formas retas e curvilíneas e cuja
principal matéria-prima é a madeira maciça - de lei ou de reflorestamento -, podendo também incluir
painéis de medium-density fiberboard (MDF), passíveis de serem usinados.(O painel de MDF é produzido a partir de fibras de madeira, aglutinadas com resinas sintéticas através de temperatura e pressão, possuindo consistência
similar à da madeira maciça)
O setor, que se caracteriza pela predominância de pequenas e médias empresas que atuam em um
mercado muito segmentado, é ainda intensivo em mão-de-obra e apresenta baixo valor adicionado
(por unidade de mão-de-obra) em comparação com outros setores.
A demanda por móveis - muito segmentada - varia positivamente com o nível de renda da população
e o comportamento de alguns setores da economia, particularmente a construção civil. A elevada
elasticidade-renda da demanda torna o setor muito sensível às variações conjunturais da economia,
sendo um dos primeiros a sofrer os efeitos de uma recessão. O gasto com móveis em geral situa-se na
faixa de 1% a 2% da renda disponível das famílias (depois dos impostos). Outros fatores que
influenciam a demanda por móveis são as mudanças no estilo de vida da população, os aspectos
culturais, o ciclo de reposição, o investimento em marketing (em geral muito baixo nessa indústria),
entre outros.
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